A Internet das Coisas, ou IoT, irá transformar o modo como vivemos e consumimos, e isso representa uma oportunidade de ouro para as empresas.

Por: Juliano Simões

Assim como os sites e apps definiram a forma como atuamos na esfera virtual, a IoT mudará a maneira pela qual interagimos com o mundo físico, através de equipamentos, sensores, câmeras e assistentes virtuais.

Basicamente, IoT significa dizer que cada vez mais “coisas” que usamos no dia a dia estarão conectadas à internet e, em consequência, aos sistemas dos fornecedores. Esses sistemas poderão fazer monitoramento, receber e enviar informações, realizar ajustes e até mesmo reparar problemas.

Um objeto de IoT pode ser uma geladeira, um aspirador de pó, um smartwatch, ou mesmo uma roupa. Ele faz algum nível de processamento computacional local e está em constante comunicação com o mundo via uma rede móvel ou WiFi.

Segundo o Gartner, chegamos a 21 bilhões de dispositivos conectados à nuvem em janeiro de 2019, um potencial de negócios de US$ 457 bilhões que atrai a atenção tanto de startups quanto das empresas tradicionais.

Ecossistema em formação

Para chegar até o usuário, IoT requer uma extensa cadeia de fornecimento, que ainda está em formação. Ela inclui fabricantes de equipamentos, provedores de cloud, desenvolvedores de software, integradores e consultorias. E há escassez de profissionais especializados em implantar a tecnologia, faltam: engenheiros, consultores, programadores e administradores de sistemas.

Mesmo com essas restrições, o consumo de serviços voltados para IoT é um dos que mais cresce nos fornecedores globais de serviços em nuvem. 

Paralelamente, e também em parceria, com os players internacionais, os provedores brasileiros de infraestrutura começam a desenvolver ofertas de valor adicionado usando os grandes motores de IoT, como os sistemas de machine learning, big data e analytics.

Com um mix de serviços voltado para a realidade brasileira e com os grandes diferenciais de atendimento e customização das entregas, nós, provedores nacionais, temos uma grande contribuição a dar para o avanço da IoT, seja com a estrutura própria ou através de modelos de operação “multi-cloud” integrados às nuvens públicas.

Há uma enorme gama de soluções a ser explorada. Um exemplo, são os sistemas de reconhecimento facial em tempo real. Uma empresa pode utilizá-los para verificar automaticamente a presença de funcionários e, além disso, identificar o seu estado de espírito: sereno, ansioso, preocupado, etc., gerando insights valiosos para o time de gestão de pessoas.

A IoT também pode ser usada para ganho de agilidade no varejo. Um lojista pode espalhar botões conectados à internet em prateleiras, provadores e lavatórios. Ao pressioná-los para responder pesquisas de opinião, os clientes alimentam diretamente sistemas de big data e analytics na nuvem, reduzindo muito o tempo necessário para análise de dados e tomada de decisões.

Os casos de uso são inúmeros e se aplicam a setores tão distintos quanto os de agronegócio, indústria, finanças e saúde.

Redes 5G

No longo prazo, as emergentes redes 5G representam a garantia da sustentabilidade de IoT. Isso porque, com o crescimento exponencial do número de objetos conectados, será necessária maior velocidade de comunicação e menor tempo de resposta, algo que a quinta geração das redes móveis oferece, além de proporcionar mais isolamento e segurança aos dispositivos.

Apoio governamental

O governo brasileiro já percebeu a relevância de IoT e, em junho de 2019, instituiu o Plano Nacional de Internet das Coisas. A iniciativa resultou na criação da Câmara IoT, em que participam os Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Economia, o BNDES e representantes da sociedade civil, como: empresas, universidades e agências de fomento.

O objetivo do plano é garantir que o Brasil se beneficie da tecnologia, apoiando projetos que estimulem o uso e o desenvolvimento de soluções de IoT. Também serão abordados temas relevantes, como regulação, proteção de dados e privacidade.

A demanda por soluções de Internet das Coisas irá acelerar nos próximos anos. E os provedores brasileiros – muitos deles representados na AbraHosting – têm papel fundamental para que esse mercado atinja todo o seu potencial.

Juliano Simões é CEO da CentralServer.

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