O caminho para o futuro passa por ensinar os nossos alunos a usar a IA de maneira responsável e produtiva.

Por: Juliano Simões*

IA na Educação: Uma Realidade Inevitável

A Inteligência Artificial (IA) na educação já é uma realidade. Ferramentas como o ChatGPT, capazes de gerar textos semelhantes aos humanos, desencadearam debates sobre a ética e a eficácia do seu uso na produção de trabalhos escolares e acadêmicos. Muitos educadores expressam preocupação sobre a possibilidade dessas ferramentas serem usadas para plagiar tarefas de casa. É uma preocupação válida, mas vale lembrar: a tecnologia está amplamente disponível e seu uso é inevitável.

Dito isso, é essencial que os educadores assumam um papel de liderança no ensino dos alunos sobre o uso responsável e produtivo dessas ferramentas. Trata-se de uma abordagem de orientação, não de restrição.

Desmistificando a Inteligência Artificial

Como pais e educadores, temos uma responsabilidade vital de esclarecer as falsas noções e mal-entendidos que cercam a IA e suas capacidades. É essencial que tenhamos uma compreensão clara do que a IA pode oferecer e dos limites que ela possui.

Vamos tomar, por exemplo, o ChatGPT, uma inovação de destaque na área de assistentes de IA. Muitas pessoas podem erroneamente acreditar que é uma solução universal para tarefas acadêmicas, uma espécie de “fábrica de trabalhos prontos”. No entanto, essa não é a função desse assistente.

O ChatGPT é, na verdade, uma ferramenta de apoio, um recurso pedagógico que pode contribuir de maneira significativa para o processo de aprendizado dos alunos. Ele pode auxiliar na geração e desenvolvimento de ideias, fornecer feedback e sugestões, aprimorar a capacidade de redação e promover uma pesquisa mais eficaz.

Ele pode servir como um tutor virtual, ajudando os alunos a aprofundar sua compreensão de um tópico, orientando-os na elaboração de respostas bem estruturadas e incentivando a exploração de diferentes perspectivas.

No entanto, é importante ressaltar que, embora o ChatGPT possa auxiliar no processo de aprendizado, ele não pode substituir um professor humano. A interação humana, o envolvimento emocional e a capacidade de compreender e responder a nuances complexas são qualidades inerentes aos seres humanos que a IA não consegue replicar.

Não podemos ignorar que os alunos podem ser tentados a usar estas ferramentas para plagiar trabalhos, mas também devemos reconhecer o grande potencial que a IA tem para enriquecer o processo de aprendizagem.

Por exemplo, alunos com dificuldades para começar uma redação podem usar o ChatGPT para gerar algumas ideias iniciais. Aqueles que têm dificuldade em formular argumentos bem estruturados podem usar o chatbot para ajudá-los a desenvolver e aprimorar suas habilidades de argumentação. O aprendizado com a IA é uma via de mão dupla: os alunos aprendem com o chatbot e, em seguida, usam esse conhecimento para melhorar sua própria escrita.

Fomentando uma Cultura de Uso Ético da IA

O segundo passo é promover uma cultura de uso ético da IA. Isso significa ensinar aos alunos que usar o ChatGPT para plagiar não é apenas antiético, mas também um desserviço a eles mesmos. Afinal, o objetivo da educação é desenvolver habilidades de pensamento crítico, resolução de problemas e comunicação eficaz. O plágio, seja manual ou assistido por IA, mina essas habilidades e impede o crescimento acadêmico.

Em vez de restringir o uso da IA, os educadores podem orientar os alunos sobre como usar essas ferramentas de maneira ética e produtiva. Isso pode incluir a elaboração de diretrizes claras sobre o uso de chatbots de IA, a demonstração de como essas ferramentas podem ser usadas para aprimorar a aprendizagem, e o encorajamento do uso responsável da tecnologia.

Ao mesmo tempo, educadores poderiam demonstrar, através de exemplos práticos e atividades interativas, como essas ferramentas podem ser usadas para aprimorar a aprendizagem, quer seja desenvolvendo ideias para um trabalho escolar, quer seja aprimorando habilidades de escrita ou pesquisa.

Além disso, os professores podem realizar discussões em sala de aula sobre o uso responsável da tecnologia, enfatizando a importância da ética digital. Isso pode incluir tópicos como a importância de não plagiar trabalhos, o respeito à privacidade dos outros e a consciência sobre a confiabilidade e veracidade das informações encontradas online.

Para além do aspecto educacional, esse tipo de orientação incentiva o desenvolvimento de habilidades que preparam os alunos para lidar com os desafios digitais do século 21.

Protagonismo na Era da IA

Neste mundo digital em constante evolução, é essencial que os educadores assumam um papel de liderança na orientação dos alunos sobre o uso responsável e eficaz das novas tecnologias. Ou seja, devemos abraçar o potencial que elas têm de enriquecer a experiência de aprendizagem.

Afinal, a melhor maneira de preparar nossos alunos para o futuro é equipá-los com as habilidades necessárias para navegar e aproveitar ao máximo as oportunidades que o mercado de trabalho virá a oferecer. E isso começa com a orientação e a exposição adequadas à tecnologia, dando aos alunos a chance de aprender, explorar e, finalmente, dominar essas ferramentas de maneira ética e produtiva.

(*) Juliano Simões é CEO da CentralServer.

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